Sara Sampaio
Laboratorio de som e imagem
Proposta 2
A linha de tempo é quase como uma imensa narrativa, da qual não conhecemos o meio, nem sabemos se tem um fim,… o homem criou as narrativas, tal como descobriu o sexo, e criou-as com um início um meio e um fim. Como no cinema, “It’s like a Greek tragedy and human beings’ time-based satisfaction has remained unchanged for over 4000 years, maybe it’s unchangeable. It’s maybe based on sexual forms of satisfaction.” (Nam June Paik). No cinema a narrativa prende-se com estes valores, mas já começa aí a transformação. A acção é gravada, em tempo real, mas a película permitiu, que se lhe aumentasse o suspance nas histórias. Surgia assim a edição dos filmes. Que inicialmente, tida como um trabalho de menor importância era deixada para as mulheres.
Foram assim, dados os primeiros passos contra o tempo. Pois todos os passos têm como pressuposto isso, pois será a única coisa que nunca será dominável pelo Homem, tal como a natureza. Ir contra ao tempo é assim, ou parece-nos assim, contra-natura.
Hoje, a vídeo-art constitui a possibilidade de brincarmos com uma máquina do tempo, embora virtual. Parece termos todas as possibilidades. O controle. E no entanto ela causa estranheza. A narrativa não necessita agora de um início, um meio e um fim, ou pelo menos não por esta ordem. O loop. Ele conduz o fim ao início, confunde os dois, absorve-os. Ele renova os princípios da narrativa.
Movimento associa-se a vida. O loop manipula essa representação de vida, ele consegue enfatizar ou mascarar pela repetição, “In my case, it’s a total length macro form and micro form. This time length, time span, is for me very important” (Nam June Paik).
Mas repetição parece tão contraria á questão de tempo, ou vida,… mas hoje, talvez tenha deixado de sê-lo, virtualmente claro.
Na era digital o tempo já não é linear, tornou-se manipulável. É artificial, uma brincadeira de deuses. O tempo é já, digitalmente falando, reverssível. “Video art imitates nature, not in its appearance or mass, but in its intimate "time-structure" . . . which is the process of AGING (a certain kind of irreversibility”. (John Hanhardt, in Nam June Paik site introduction).
2 comentários:
Concordo com o que está escrito sobre a video-art, e acrescento que na mesmo é possível que a narrativa se torne numa não-narrativa, não havendo essas partes lógicas de uma narração, deixando de ter lógica para o espectador. O loop acho que é um bom exemplo da quebra das regras da narração, onde só existe "um unico" momento, um momento continuo... sem inicio nem fim...
Quanto ao teu trabalho foi pena aquela margem nalgumas situações... e se calhar uma ou outra repetição a mais a meu ver. Estranhamente o que mais critiquei na altura em que vi isso foi o som e agora ao ouvi-lo de novo mudei de opinião. Acho que aquele ruído característico de filmes antigos funcionou bem neste trabalho. lol
interessante highlight sobre o assunto.
tema delicado, susceptivel e complexo. axo q o controle do tempo nos permitiu viver ou adicionar virtualidade(como referiste) às nossas vidas. e penso k de certa forma deteriora a nossa linha temporal.
materializamos de tal maneira o conceito de paragem, ruptura, manipulação do tempo q tornou o nosso intelecto a funcionar como tal, levando-nos, na minha perspectiva, a que no fundo nao vivessemos mais do q uma realidade virtual, muito para além da já visao subjectiva q temos do mundo.
e é no encalhado loop q encalhamos. lol
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